Consultoria usa Flamengo como exemplo e sugere soluções para dívida de R$ 2 bi

Consultoria usa Flamengo como exemplo e sugere soluções para dívida de R$ 2 bi
Divulgação

O Corinthians pode ter pela frente uma recuperação financeira ao "estilo Flamengo". Esse é o exemplo usado por fontes da Ernst & Young, empresa responsável por prestar o serviço de consultoria para a gestão Augusto Melo, em relatório construído nos últimos meses para elucidar a situação econômica do clube do Parque São Jorge.

O relatório financeiro, ainda nos ajustes finais, dá a sugestão de três direcionamentos principais para recuperar o clube financeiramente:

- a contratação de um CEO, como adiantou o ge;
- a recuperação judicial;
- a renegociação das dívidas de curto prazo para reestabelecer o fluxo de caixa, estratégia usada pelo Flamengo há mais de uma década.

A EY calcula a dívida do Corinthians em mais de R$ 2 bilhões, incluindo os passivos do clube e o financiamento de mais de R$ 700 milhões da Neo Química Arena.

Este valor é quase R$ 500 milhões a mais do que considerava a administração anterior do Corinthians, presidida por Duilio Monteiro Alves, que adotava outros critérios para mensurar o endividamento. Por estas contas, a dívida é de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

Por conta desse grande endividamento, o Corinthians deve pagar mais de R$ 200 milhões em juros neste ano.

A possibilidade de o clube virar uma SAF também entra no estudo e chegou a ser debatida nos encontros entre representantes da consultoria e do clube, como o presidente Augusto Melo; o ex-diretor de futebol Rubens Gomes; o diretor financeiro Rozallah Santoro; e, mais recentemente, o executivo Fabinho Soldado.

Porém, há um ponto positivo para a recuperação financeira do Corinthians na análise da EY. Assim como o Flamengo há dez anos, o clube possui uma fonte de receita gigante, capaz de promover mudanças de gestão sem decisões mais radicais. O clube alvinegro, em 2023, alcançou o patamar de R$ 1 bi de faturamento.

Nas reuniões semanais entre Corinthians e EY foram debatidos distintos cenários, mas com um norte parecido com o apresentado pela empresa ao Flamengo em 2013, ano em que começou o redirecionamento financeiro rubro-negro. Esse foi o cenário usado como exemplo também pela gestão Duilio Monteiro Alves, em 2021.

A princípio, o relatório da EY seria apresentado nesta quinta-feira, em um evento da "semana da transparência do Corinthians". Porém, ainda faltam ajustes para o relatório ser aprovado, o que deve transferir a exposição dos números para a próxima semana.

A divulgação pública da análise da Ernst & Young é um pedido da própria consultoria ao Corinthians. O clube é quem deve apresentar os dados.

A consultoria chegou ao Corinthians por meio do diretor financeiro Rozallah Santoro e busca apresentar não somente os números, mas possíveis soluções para o caos nas finanças do Timão.

A empresa julga a sequência de más administrações foram as responsáveis pelos problemas alvinegros. No estudo não entram os mais de R$ 130 milhões investidos em contratações neste ano pela gestão Augusto Melo.

Membros da diretoria defendem o investimento diante da necessidade de reconstrução da equipe nesta temporada. O clube enfrenta atualmente problemas no pagamento de direitos de imagem de atletas, comissões e luvas.

Diante do exemplo do Flamengo, tratado como um cenário parecido, a empresa de consultoria prevê um período acima de meia década para o Corinthians ser saudável financeiramente, desde que as diretrizes sugeridas sejam seguidas.

Informações ge